sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Homofobia: Uma doença ou um simples preconceito?

Por Henrique Coutinho.

Com o passar dos anos, o mundo se vê a cada dia sofrendo com adaptações e mudanças bruscas, na sociedade. Mas, uma coisa que parece que nunca ter fim, é o preconceito. Após muitos anos de luta contra o racismo, nossa sociedade pós-escravidão, continua com uma mentalidade arcaica e preconceituosa, ou seja, pessoas não aceitam que muitas coisas devem “evoluir”. Mesmo que você não goste, ela estará ai. Quando dizemos “evolução”, queremos dizer que, irão acontecer coisas novas na sociedade, que concordaremos ou não. E seremos obrigados a aceitar as circunstâncias.

Um exemplo que vem, causando muita polêmica é a homossexualidade. Que é o fato de duas pessoas do mesmo sexo se relacionarem como um casal. Os homosexuais têm sofrido muito com pessoas que não compreendem as suas opções sexuais, e esses tipos de pessoas foram denominados homofóbicos. (Homofobia é o termo denominado para uma espécie de medo irracional diante  da homossexualidade ou da pessoa homossexual, colocando este em posição de inferioridade. Utilizando-se, muitas vezes de violência física e/ou verbal.


Após muitos protestos, carreatas, marchas nas ruas das cidades pelo Brasil, a Associação Brasileira de Lésbicas,Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) finalmente fora ouvidos. Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal, reconheceu a legalidade na união estável entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. Mas apesar dessa e de outras conquistas no campo dos direitos, a homossexualidade infelizmente ainda sofre com alto índice de preconceito. Devido a isso a comissão de juristas que discutem a reforma do Código Penal no Senado, aprovou a proposta que irá a partir de agora, ser tornar crime, o preconceito contra gays e transexuais. Agora, esta modalidade de preconceito estará sendo igualada ao racismo, isto é, imprescritível e inafiançável A pena prevista para todas as modalidades de crime vai de dois a cinco anos de prisão, e pode ser aumentada de um terço até a metade se for cometida contra criança ou adolescente.
Fontes: http://www.brasilescola.com/psicologia/homofobia.htm

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

"Menos é sempre mais"

Por Jéssica Rayanne.

Como dizia Einstein, "a mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original". Creio muito nisso! De fato o ser humano cresce, amadurece, desenvolve e cria novos pensamentos, novos jeitos, novas cores, à medida que se deixa encantar por páginas e páginas de um bom livro ou de cultura de todas as formas.

Com os meios tecnológicos cada vez mais avançados, a tendência é que as pessoas fiquem gradativamente mais distantes das outras e não dê para trocar informações com uma tela de computador, trocar experiências com um celular e nem entrosar com um fone de ouvido. Longe de mim dizer que a tecnologia foi ou é algo ruim. Apenas quero dizer que existe mais que isso, que podemos sim ter algo mais solido e tátil,  do que apenas o mundo virtual.

Cada vez mais as pessoas se individualizam e têm menos vontade de conversar. Estão se esquecendo dos bons modos, a simpatia e o carinho, e ficando só a pressa e o desespero para correr atrás de algo que nem elas mesmas sabem o que é.

Estive em uma palestra com uma figura interessante, o artista plástico, compositor e educador Carlos Barmak, onde esse foi o tema abordado _ o desejo de esconder-se do outro, de não dizer de verdade o que se pensa, de reprimir seus desejos ou muitas vezes nem pensar neles. Principalmente, o esquecimento do viver com tranquilidade. Como diz o velho ditado, “menos é sempre mais”, e é melhor estar em casa lendo um bom livro _ livro mesmo, papel impresso com palavras que podem mudar a sua vida, sua forma de pensar sobre as coisas, a sociedade, a vida _ do que apenas estar em um mundo virtual e sem vida!

Precisamos de mais tempo para lotar ainda mais uma agenda que já está mega cheia. É o momento de pararmos para refletir, para descansar dessa loucura toda, de sentar na varanda e dar literalmente um tempo do celular, da internet, da TV, para dessa forma fazermos como já dito por um dos filósofos mais brilhantes da historia. Pensar mais no outro, esquecer um pouco essa agenda, refletir sobre seu tempo e espaço...

Quando de fato começarmos a pensar mais no todo do que no individual, teremos mais, com certeza, muito mais!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Donas do lar

Por Jéssica Rayanne.

Depois de décadas de lutas pelo direito de igualdade, as mulheres se mostram cada vez mais competentes e dignas desses titulo. Isso não só é mostrado no mercado de trabalho, muitas vezes substituindo o sexo masculino em algumas áreas, mas se tornando "donas do lar". Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 37% do total de famílias no Brasil são chefiadas por mulheres. Com isso, fica clara a importância delas para a sociedade e para as famílias do país.

Segundo o Jornal  Hoje, o homem ainda esta na frente com 61,3%, mas, em dez anos, cresceu muito o número de mulheres que assumem o papel de chefes do lar. São viúvas, divorciadas, mães solteiras, que trabalham muito para criarem os filhos sozinhas.

Não é fácil a rotina de trabalhar fora, estudar, cuidar da casa, e das crianças. Quase não sobra tempo para cuidar de si. Muitas mulheres trabalham em mais de um emprego para suprir a necessidade da família. As avós costumam ter um papel importante, ajudando a cuidar das crianças e da casa. Uma prova disso é a aposentada Bernadete Carvalho, que conhece bem as dificuldades da mulher que chefia um lar. Ela ficou viúva quando a filha tinha nove anos.

“Eu puxo a orelha mesmo. Quando tem que dar bronca eu dou, quando tem que botar de castigo, e correr atrás com escola e botar pra estudar. Eu faço com muita alegria, com muito prazer, agradecendo todo dia por isso, porque ele me concedeu essa graça de ter os meus netos”, conta.

Muitas jovens se tornam mães de rapazes que muitas vezes não querem assumir o compromisso de cuidar de uma criança, deixando-as "na mão". Assim, aumenta a necessidade de trabalhar fora para sustentar a criança, e também do estudo, visando um futuro melhor para o filho. Isso faz delas mulheres com grandes responsabilidades, apesar de ainda jovens.

O país esta mudando e, com ele, a sociedade. Devemos educar o país para que o crescimento dessa estatística seja positiva e benéfica para todos.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

"Belo Horizonte F.C." percorre os caminhos do futebol na capital mineira

Desde o fim de agosto, no Museu Abílio Barreto, exposição é uma grande atração para os amantes do futebol.

Uma empolgante viagem. É essa a sensação que a exposição "Belo Horizonte F.C. – Trajetórias do Futebol na Capital Mineira" deixa aos muitos visitantes do Museu Histórico Abílio Barreto, em BH. Recebendo torcedores desde o fim de agosto, a mostra percorre todos os caminhos traçados pelo esporte mais apaixonante do mundo, exclusivamente em Belo Horizonte. Camisas, troféus, jornais, faixas, placas, áudios, vídeos... uma grande quantidade de materiais é capaz de encantar aqueles que verdadeiramente amam o futebol.

Espaço para todos

Enganou-se aquele que pensou que iria encontrar, em sua maioria, materiais de Galo e Raposa. A exposição vai muito além disso. Que tal uma foto do Sport Club, primeira agremiação futebolística da capital mineira? Ou então, mais à frente, deparar-se com um jornal do Venda Nova Futebol Clube, tradicional clube amador, datado de setembro de 1994? Além do VNFC, vários outros interessantes materiais de equipes amadoras também foram disponibilizados (confira fotos no fim da matéria), como a rescisão de contrato entre o Esporte Clube Renascença e Wilson Piazza, craque histórico do Cruzeiro.

Jornal do Venda Nova Futebol Clube (set/1994) enaltece os feitos do clube como revelador de atletas e traz uma entrevista com o ex-atacante Euller, formado pela equipe da região norte de BH.
(Foto: João Vitor Cirilo)

Evidentemente, os torcedores de Atlético e Cruzeiro também puderam relembrar os belos momentos históricos de suas equipes. Atleticana fanática, Vera Lúcia, 62, aprovou a exposição. "Gostei de tudo o que vi, e de relembrar coisas que eram do meu tempo e eu não pude ver na época. Gostei também de matar a saudade do Kalil (Elias Kalil, ex-presidente do Atlético), e de tudo o que se refere ao Galo. Comecei a gostar de futebol muito tarde, então foi uma oportunidade de ver melhor o que não pude acompanhar", conta.

Vera Lúcia aproveitou para "puxar a orelha" dos atletas dos dias atuais. "O importante de tanta história junta é que os mais jovens podem ver que o importante é jogar futebol. Hoje a gente se decepciona ao ver tanta gente simulando, fingindo faltas que não existiram. Antigamente os atletas jogavam mais futebol", disse.

A "polêmica" camisa amarela usada por Raul Plassmann, goleiro do Cruzeiro entre 1965 e 1978. 
(Foto: João Vitor Cirilo)


O cruzeirense Igor Tadeu, 27, apreciou a oportunidade de perceber a evolução do esporte. "O que eu gostei foi ver como era o futebol antigamente e como se tornou nos dias atuais. E isso é importante até para mostrar aos mais jovens a origem do futebol, algo que gostamos tanto. Obviamente, gostei mais dos materiais da Raposa", conta o professor de Educação Física, que viu de perto a "polêmica" camisa amarela usada pelo goleiro Raul Plassmann, que representou o Cruzeiro entre as décadas de 1960 e 1970. Naquela época, os goleiros tinham como costume o uso de camisas pretas. Quando estreou pelo Cruzeiro, em 1965, não havia uma camisa de goleiro que servisse em Raul, então teve que pegar uma camisa amarela emprestada, o que chamou a atenção de todos, gerando insinuações quando à sua sexualidade.

A exposição "Belo Horizonte F.C. - Trajetórias do Futebol na Capital Mineira" é atração do Museu Histórico Abílio Barreto, localizado na Avenida Prudente de Morais, 202, no bairro Cidade Jardim. O torcedor pode visitar a mostra de de terça a domingo, das 10 às 17 horas, com exceção das quartas e quintas, quando o museu fica aberto das 10 às 21 horas. A entrada é franca.

Alguns dos itens da exposição:
Sport Club, primeira equipe de futebol de BH, fundada em 1904.

Taça Bueno Brandão, primeira competição entre clubes de futebol de Belo Horizonte, realizada em 1914 e vencida pelo Atlético.

Camisa do Palestra Itália, hoje Cruzeiro, fundado em 1921 por imigrantes italianos.

 Placa de inauguração do Estádio Presidente Antônio Carlos, em maio de 1929.

 Bairros Santo Agostinho e Barro Preto, onde ficavam os estádios de Cruzeiro e Atlético.

 Estádio Otacílio Negrão de Lima - Alameda, em 1948.

Time do Atlético na Excursão do Gelo, em 1950.

 Passaporte usado pelo ex-goleiro Kafunga (Galo) durante a Excursão do Gelo, em 1950.

 Atletas do Esporte Clube Renascença, na década de 1960.

 Pôster de um time do Cruzeiro na década de 1960.

 Revista Foto Esporte de 1964, com Jair Bala na capa.

 Flâmula comemorativa à inauguração do Mineirão, em 1965.

 Maleta-gravador utilizada pela rádio Itatiaia.

 Rescisão de contrato de Wilson Piazza, ex-atleta do Cruzeiro, com o Esporte Clube Renascença, em 1965. 

Camisa utilizada pelo Atlético durante a vitoriosa campanha no Campeonato Brasileiro de 1971.

 Placa dedicada a Marques, autor do gol 1000 do Atlético em Brasileiros.

 Camisa da Associação Atlética Cachoeirinha.

Uniforme do Grêmio Espanhol.

Camisa do Inconfidência Esporte Clube.

Fotos: João Vitor Cirilo

Graffite nas ondas da nova era

Por  Henrique Coutinho

Em tempos de novidades tecnológicas, o esperado era as novas substituírem as antigas, correto? Errado! O rádio é um grande exemplo disso, um meio de comunicação que vem se adaptando ao tempo, mas nunca sai de moda. E a bola da vez é o programa Graffite, na rádio 98 FM de Belo Horizonte, que tem uma trajetória de sucesso, mas como em todo trajeto, existiram obstáculos no caminho.  
 
Dudu, Magela e Rodrigo.
(Foto: 98fm.com.br)
Luiz Eduardo Schechtel, mais conhecido como Dudu, desde o começo de sua carreira no rádio, sempre quis criar um programa no qual os ouvintes tivessem mais espaço na programação. Em 1995, Dudu, já trabalhando como locutor na rádio Extra FM de Belo Horizonte, teve o apoio do diretor artístico Fernando Coelho, que aceitou a ideia de colocar o programa Graffite no ar. O programa permaneceu na rádio Extra por três anos, e logo em seguida saiu do ar, pois Dudu foi trabalhar na rádio Jovem Pan da capital mineira, em outro programa chamado Amolação, apresentado em parceria com Rodrigo Rodrigues, seu fiel amigo e companheiro de Graffite. Foi na Pan onde ele conheceu o Judson Porto, um dos locutores da rádio que futuramente seria parceiro no programa Graffite na TV Alterosa. 

No ano 2000, Fernando Coelho, ex-diretor da rádio Extra, assumiu a direção da rádio Transamérica e convidou o Dudu para voltar com o Graffite. Ele, sem pensar duas vezes, topou participar do projeto e convidou novamente seus antigos companheiros de Graffite, Rodrigo Rodrigues e Totonho. Antes da estreia, Dudu teve a ideia de acrescentar mais uma pessoa no programa, seu amigo Caju. Foi assim que nasceu a amizade e a parceria de Caju e Totonho, que futuramente viraram humoristas e atores de teatro e de televisão, uma parceria que vem dando certo há mais de doze anos. O Graffite permaneceu na rádio Transamérica somente um ano, pois a emissora estava mudando de estilo musical na época, que era focado em um público mais jovem que ouvia rock, hip-hop e eletrônico, para um público mais popular, que ouve sertanejo, axé e pagode.

Em 2001, Dudu entrou para a televisão. Era representante do Clube Atlético Mineiro na bancada do programa esportivo Alterosa Esporte, na TV Alterosa, substituindo Dadá Maravilha, ex-jogador e antes representante do Galo. Dudu foi consolidado no AE com o bordão “Galo Doido”. Sendo assim, surgiu a proposta de trazer o Graffite para a televisão, mas com uma pegada diferente, pois o Graffite na TV era um programa de auditório. 

Seu primeiro programa foi gravado no teatro Alterosa, contando com bandas, entrevistas e até com assistentes de palco. Judson Porto, seu ex-companheiro de trabalho na rádio Jovem Pan, trabalhava na rádio Guarani FM como operador de gravação. No ano de 2003, Judson recebeu o convite de Dudu e Robson Leite, que era o diretor do Graffite na TV, para comandar a parte musical e animar a plateia com um de seus personagens, o “Djegue”. Ele era um personagem nordestino que Judson havia criado para homenagear seu avô paraibano. Em entrevista, Judson contou que no primeiro dia do programa, eles entrevistaram a banda Tianastácia, e receberam também a presença do mágico Renner. No meio de um de seus números de mágica, ele jogou as cartas para cima, e uma das cartas ficou presa em um holofote. Por questões institucionais e problemas comerciais, o projeto Graffite na TV foi finalizado porque, segundo Judson, o programa não era muito “vendável para o horário”.

Em 2007, Dudu assumiu a direção artística da rádio 98 FM de Belo Horizonte. A 98 sempre foi conhecida como uma rádio que é “feita pelo ouvinte”, ou seja, ele sempre participa de tudo, pede músicas e participa também de talk shows, programas radiofônicos em que o ouvinte dá a sua opinião sobre determinado assunto e interage com os locutores. No ano de 2008, após uma reunião com a produção e direção da rádio 98 FM, surgiu novamente à ideia do retorno do Graffite, agora em uma nova emissora. Após essa reunião, Gilbert Campos, apresentador do Silicone Show na época, incentivou Dudu a voltar com o programa de 17 às 19 horas. No dia 18 de fevereiro de 2008, o programa Graffite estreou na 98 FM, com a mesma formação que os consagrou na rádio Transamérica: Dudu, Caju, Totonho e Rodrigo Rodrigues. 

Logo depois de um tempo, Caju e Totonho saíram do programa, porque foram se dedicar mais à televisão, com seu programa na TV Alterosa, o “Caju e Totonho em OFF”. Após a saída de Caju e Totonho, Dudu fez o programa somente com o Rodrigo Rodrigues e, nesse meio tempo, o humorista Geraldo Magela, popularmente conhecido como “O Ceguinho”, ia às vezes para divulgar suas apresentações teatrais e shows de stand-up. Em um determinado dia, Dudu convidou, no ar, Geraldo Magela para participar do programa definitivamente, atendendo a muitos pedidos dos ouvintes. Magela já vai para seu terceiro ano como integrante no Graffite. 

Um dos maiores orgulhos de Dudu é saber que existem pessoas que ouvem o Graffite, não só pelo simples fato de se divertirem, mas também para sairem de depressão profunda, problemas em casa e também perda de algum ente querido. Isso faz do Graffite muito mais que um simples programa de rádio. 

Em meio a novas tecnologias como Mp3 e Ipods, o rádio, mesmo com o passar do tempo, nunca caiu no esquecimento, o Graffite é mais que um exemplo disso. 

“Pra mim, na vida existem três pilares. O primeiro é a humildade. Nunca ache que você sabe tudo, porque você está sempre aprendendo. O outro é o profissionalismo. Ser profissional é ser dedicado, respeitar quem trabalha com você. Ser profissional não é só você cumprir o seu horário e fazê-lo bem, é ser profissional em todos os sentidos. E o último pilar é o amor, porque você tendo amor pela profissão podem vir todos os problemas do dia-dia, que são pessoas que te jogam pra baixo, pessoas que querem puxar o seu tapete... são momentos difíceis na profissão, de você não conseguir o seu espaço, de não receber o quanto poderia receber. Então eu acho que amar a sua profissão é o passo mais importante para que você se dê bem, aprenda e que você queira sempre estar motivado a fazer o que você faz, pois é o que escolheu para a sua vida e é o que vai te seguir durante muitos e muitos anos”, diz Dudu. 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Preconceito sentido na pele

Apesar da aparente maior aceitação, pessoas com piercing e tatuagem ainda sentem dificuldades para ingressar no mercado de trabalho.

Por João Vitor Cirilo.

Nos dias atuais, o mundo tende a ser mais receptivo com todos os tipos de pessoas. Homens e mulheres, heterossexuais ou homossexuais, gordos ou magros, negros ou brancos, tatuados, que usam piercing... A impressão passada é a de que há lugar para todos no mercado de trabalho. Mesmo assim, a situação considerada utópica por alguns não é 100% verdadeira. O preconceito ainda se faz presente. A situação pode ser verificada em entrevistas para determinados empregos, que tendem a fechar as portas para pessoas que sofrem com estereótipos criados pela sociedade.

A questão é polêmica. Enquanto alguns preferem esconder o acessório em razão do desejo de saírem de uma entrevista com o emprego garantido, outros muitos consideram não ter o que temer. A preocupação excessiva de algumas empresas com a “boa imagem” transmitida a clientes pode ser o principal fator que faz com que os empregadores não recrutem funcionários considerados fora de um padrão imposto pela sociedade, que faz uso de um preconceito quase infantil para definir níveis de qualidade.

A estudante Tatiana Gabriella, 17, tem um piercing no nariz. Ela diz que “muitas vezes as empresas se deixam levar pelas aparências”, mesmo que uma pessoa como ela, que use piercing, tenha a mesma capacidade do que outra que não use o acessório.

Tatiana conta que a situação ficou bem explícita quando foi tentar um emprego em uma loja de venda de perfumes, que abria vagas para novas funcionárias. “Simplesmente me olharam com cara de nojo”, revela. Para não passar por essa situação frequentemente, Tatiana já optou por esconder o piercing. “Assim tenho mais chances de passar”, explica.

Pedro Moreira, 22, tem uma tatuagem no braço. Ele afirma não sofrer diretamente com o preconceito, mas já chegou a percebê-lo em seu antigo emprego, quando atuava como vendedor em uma empresa de informação e tecnologia. “Eles (chefes da empresa) perguntaram se em outros lugares o pessoal não ligava de eu ter tatuagem. Disseram que perguntaram a toa, porque lá não se importavam com isso. Dei sorte, mas só por esse questionamento notamos que existe essa restrição em alguns lugares, dependendo da área”.

Devido a seu desejo em áreas como publicidade, computação e música, Pedro não se arrepende de ter feito a tatuagem, porque quando a fez já sabia que nesses seguimentos as empresas são mais “abertas” com relação a isso. “Mas a pessoa tem que saber muito bem onde ela quer trabalhar, para não ter problemas sérios com isso”, conclui.

O desafio para quem está de “fora do padrão” é ainda mais árduo do que para os considerados normais: além de mostrar ser bons funcionários, tatuados, por exemplo, têm que provar que a aparência não tem nada a ver com competência. “Parece que alguns pensam que sou uma marginal, mas quando me conhecem de verdade sabem que tudo não passava de um preconceito”, comenta Tatiana Gabriella.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Agressão "despercebida"

Por Raquel Durães

Na madrugada de sexta-feira, 26, Juliano Azevedo publicou, na íntegra, os horrores que sofreu na Savassi, em um lugar que, como ele mesmo disse, é "a região mais democrática de Belo Horizonte", devido à sua diversidade cultural. No relato, ele conta que foi atacado por dois skinheads em um dos pontos mais movimentados do bairro. O motivo? Ter abraçado um amigo.

A intolerância dos Skinheads e a impotência das pessoas perante situações como essa é algo preocupante. O que mais preocupa é a frequência com que isso acontece pela cidade. E mais, as situações são sempre as mesmas. As vítimas, em sua maioria, homoafetivos, são espancados, torturados e, muitas vezes, mortos em espaço público. Entretanto, nada acontece aos agressores, e o descaso com a segurança pública fica ainda mais evidente.

Como se resolve a ignorância da raça humana, que tenta eliminar seus iguais?

"Senti que foi uma despedida de uns valores que acredito como cristão: não dá pra perdoar tudo. Perdoo o sujeito que não possui amor ao próximo, mas não perdoo a violência. A agressão, o ódio. Jamais perdoarei quem me bateu. Jamais esquecerei o descaso das forças de segurança, as quais eu pago diariamente com meu suor de trabalhador. Minha integridade foi machucada. Meu direito constitucional foi rasgado no momento que precisei dele especialmente" - Juliano Azevedo

    

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Nicolás Rodríguez: 'Ter um indicador tão negativo pesa na imagem do Brasil'

Com alto nível de corrupção, o país se destaca com uma reputação que não merecia ser destacada.

Por João Vitor Cirilo e Raquel Durães

Sem dúvidas, a corrupção é um dos problemas que mais tiram o sono da população brasileira. Atualmente, o país encontra-se na 73ª posição no ranking dos países mais corruptos, composto por 180 nações. O consultor da Organização das Nações Unidas para assuntos de corrupção, lavagem de dinheiro e crime organizado, Nicolás Rodríguez Garcia, visitou o Brasil a convite da entidade Advogados Públicos Federais e deu seu parecer sobre o tema.

Os indicadores internacionais não colocam o Brasil numa boa posição. Pela influência que exerce na América Latina, o país poderia ser um exemplo. “Ter um indicador tão negativo pesa na imagem do Brasil”, afirma Rodríguez. Entretanto, a falta de percepção pública a respeito dos crimes colabora com a prática dos delitos. “O combate à corrupção exige tempo e mudança da mentalidade da população”, reconhece o consultor. De acordo com o especialista no combate desse crime, apenas 5% dos casos de corrupção são denunciados, somente 16% dos processos penais de corrupção terminam em condenação, e apenas 1% dos corruptos de fato vai para a cadeia.

O consultor da ONU considera que o julgamento do mensalão é um passo importante dado pela sociedade brasileira, mas reforça a necessidade de que os atos de corrupção sejam fiscalizados e rechaçados pela população. “O cidadão tende a ter um desvalor social. Se for o roubo da carteira, a pessoa sente. Agora, se levam milhões de reais da saúde, da economia, ninguém pensa que esse dinheiro serviria para abrir um hospital, uma rodovia ou uma escola”.

Sobre o julgamento do mensalão, o jurista considera que “a mensagem é altamente positiva, mas se ficar apenas em dez pessoas que romperam a regra do jogo não se terá conquistado nada. O mensalão fará parte desse 1% dos casos solucionados, mas é preciso que todos vejam que estão sendo prejudicados pela corrupção”, completa.  

Com informações do jornal Metro Brasil do dia 23 de outubro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"Sala de Imprensa" recebe quatro jornalistas formadas na Newton

Por João Vitor Cirilo e Raquel Durães.

Na última terça-feira (16), o campus Carlos Luz 800 do Centro Universitário Newton Paiva recebeu mais uma edição do “Sala de Imprensa”. As convidadas foram quatro jornalistas bem-sucedidas na mídia mineira, todas formadas na Newton. Flávia Scalzo e Raquel Rocha, repórteres da TV Record, a repórter Camila Leste, da TV Bandeirantes, e Raquel Romagna, chefe de rede/produtora da Rede Minas, contaram suas experiências e debateram temas relacionados à sua profissão.


Foto: Henrique Coutinho

Se as trajetórias das jornalistas são um pouco diferentes, uma coisa foi comum a todas. “A sorte foi fundamental”, diz Flávia Scalzo. Quando saiu da faculdade, a Record passava por uma transformação e abria vagas para novos funcionários. Era a oportunidade esperada pela repórter, que já tem seis anos de casa.

Hoje companheira de Flávia na TV Record, Raquel Rocha perdeu a conta de quantos currículos mandou ao longo do curso. Quando chamada para trabalhar em Governador Valadares, “nem lembrava que havia mandado currículo para lá”.

O papo sobre TV foi o destaque da noite, obviamente por ser o meio em que as convidadas mais têm contato. Raquel Romagna confessou que nunca teve como desejo aparecer na TV, e ressaltou o trabalho dos bastidores. “O glamour da TV só existe para quem está assistindo”, conta. Quando perguntadas sobre o que seria um fator diferencial para o profissional de TV, Romagna falou sobre proatividade e Camila Leste disse que é importante “escrever muito em poucas palavras”, ressaltando a importância da capacidade de síntese.

Nos dias atuais, o jornalismo policial ganha cada vez mais espaço. Então, o contato entre jornalistas e suspeitos de crimes se torna cada vez mais comum, como também é comum o desrespeito por parte de alguns profissionais. “É importante saber se impor, mas respeitar as pessoas é fundamental, sendo bandido ou não”, diz Camila.

Romagna falou de limites (Coloque limites na sua vida). Sobre os perigos da profissão, Raquel Rocha foi direta. “Se não vale a pena, não faça. A violência é muito grande e, infelizmente, a imprensa não é respeitada”. Ainda sobre o jornalismo policial, Raquel Romagna destacou o ganho de território por parte das mulheres. Entretanto, o machismo ainda existe em grande escala.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Jovens e livros: do papel as telas


Quem tem o hábito de leitura, certamente possui um rico vocabulário, intelecto, e senso crítico. Entretanto, nem sempre esse hábito vem acompanhado pela afinidade por livros.


Por Raquel Durães

Pesquisas realizadas pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DIFUSÃO DO LIVRO, em agosto deste ano, apontam que a leitura está perdendo o lugar para as famílias brasileiras. Ao invés de livros, jovens consomem cada vez mais aparelhos eletrônicos, como celulares e videogames. Segundo a pesquisa, atualmente as famílias gastam cerca de 20% mais com revistas e jornais, entretanto o consumo de livros caiu 36% em 2012. Outra razão que pode explicar o declínio do consumo dos livros é o preço, que, em alguns casos, são muito caros. “Prefiro baixar na internet, pelo menos é de graça”, diz André Rodrigues, 23, estudante.

O costume de ler, especialmente livros, deve ser incentivado desde a infância. “Devo meu carinho pelos livros à minha mãe. Cresci vendo-a ler, então estou acostumada com eles”, afirma a estudante Fernanda Santos, 21. Entretanto, ela diz que não tem muita paciência com outros meios impressos, por exemplo, os jornais: “prefiro algo que fuja do comum. Os livros conseguem me tirar da rotina que, às vezes, é muito entediante”, conta Fernanda.

Impressos ou digitais?

Estamos na era digital, onde tudo é voltado para computadores, celulares e equipamentos com alta qualidade tecnológica. Os livros, antigamente só de papel, agora também estão disponíveis nas telas dos iPhones, iPad e outros aparelhos – são os chamados e-Books. Uma das vantagens dos livros digitais é que eles normalmente saem mais baratos, devido à sua facilidade de divulgação e seu baixo custo de produção.

Entretanto, essa nova moda não agrada a todos. “Prefiro os livros tradicionais. Ler nas telas é extremamente cansativo. Acho que nunca vou me adaptar”, diz Fernanda. E completa: “tenho alguns livros arquivados no computador, mas não tenho paciência. Gosto deles na minha mão”. Se, para alguns, os livros digitais são uma tortura, para outros é sinônimo de praticidade. “É melhor ter os livros em aparelhos digitais. Economiza espaço, a mochila não pesa e é bem mais prático”, afirma André Rodrigues.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Lembrança


Por Jéssica Rayanne.


Foto: fotoplatforma.pl


Assim meio como quem não quer nada, ela novamente chega perto, olha bem fundo em meus olhos, como se tentasse adivinhar quem sou, ou qual seria a minha origem. Com uma voz calma e gelada, ela se aproxima. Ao primeiro olhar, roupas meio velhas, rasgadas, pulseira no braço, olhos claros, meio magros, na verdade com jeito de quem procura algo maior. Nesse mundo de solidão.

Primeiro comprimento: _ Alô meu rei. Bom dia princesa.

Ela continua com sua fala. Já como um texto decorado. _ Pelo Brasil e pelo mundo, passando por BH, apresento a você  minha arte, que não é ouro nem prata, mas, um simples artesanato... Podendo ser usado como pulseira e tornozeleira, hoje pelo preço de cinco reais, para ajudar nos custos desta pobre comerciante.

Fiquei esperando que talvez ela se lembrasse do meu rosto. Já ouvi isso tantas vezes. Ela porém não me reconhece, não sabe quem sou, ou que falou comigo inúmeras vezes sobre seu trabalho. Eu lhe disse quantas vezes já comprei, ou já ouvir aquela mesma conversa.

Neste momento ela, meio sem graça, como se a cortesia acabasse naquele instante, me olha fixamente. Achei que ela me engoliria com um palavrão, e iria embora. Porém, a surpresa é evidente em minha face, quando ela educadamente sorri, já sem alguns dentes, e diz:

-- E você, hein sacana?! Fazendo-me repetir tudo de novo!

Virou as costas e se foi, para daqui um dia, ou dois, encontrá-la de novo e se repetir o mesmo episódio.


Valorização Social

                                                                             Por Jéssica Rayanne.
O Estado de Minas Gerais é hoje muito importante sob a visão histórica do país. Preservar e restaurar esse patrimônio é essencial para guardar a identidade do país e possibilitar que gerações futuras possam ter contato com a história. Pensando na importância de valorizar e cuidar desse patrimônio cultural e na qualificação profissional de jovens de baixa renda, alunos de escolas públicas, o Instituto Cultural Flávio Gutierrez-(ICFG), fundado e presidido por Angela Gutierrez, realiza desde 2008 o curso de qualificação de jovens na área de restauração.
                                            Foto: Cedidas pelo Museu de Artes e Ofícios
O Valor Social, como é chamado, é um programa que tem como objetivo preparar esses jovens para trabalharem como conservadores e assistentes de restauro, que hoje tem um papel importante para o país. Mas o que chama atenção é como ele faz uma junção de preparar o jovem para o mercado de trabalho e ao mesmo tempo ensinar a viver em sociedade. 

Um bom exemplo dessa iniciativa é Naiara Gonçalves, que participou do valor social na turma de 2011 e hoje estuda restauração na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Acredito que uma mudança de perspectiva aconteceu em minha vida. Começando pelo lugar, um ambiente agradável, com funcionários diferenciados, que nos acolheram com muito carinho, os professores que não ensinaram somente matérias e técnicas, mas, principalmente a sermos pessoas melhores a cada dia. Eles nos passaram o sabor do saber”. 

Outro exemplo é Kelvin Mckolen Martins, que hoje estuda museologia também na UFMG, e diz que “o contato diário no museu, despertou o desejo de estudar e aprender, a cuidar de locais como estes que merecem carinho e atenção”.
O professor especializado em conservação e restauração de obras de arte, Adriano Ramos, proprietário da empresa de restauração Grupo Oficina de Restauro, é um apaixonado pelo patrimônio histórico cultural Brasileiro, e participa do projeto desde a sua primeira etapa em 2008. Ele é um dos responsáveis por encaminhar jovens ao mercado de trabalho.
O curso é composto por aulas teóricas e práticas, nas quais se aprende sobre o oficio de restaurador, história, química, física, biologia, fotografia, empreendedorismo, gestão em finanças pessoais, ética e cidadania, entre outras. O Programa considera a formação integral do jovem como essencial para sua plena inserção no mundo do trabalho. 

“A estrutura do curso esta pautada em dois momentos. Nós entendemos que para que pudéssemos garantir a formação do aluno de forma ampla, teríamos que nos responsabilizar pela qualificação técnica. Muito mais do que isso. Nós precisamos fazer um momento de adequação e de aproximação desses alunos com a realidade escolar. Desse modo, as diversas disciplinas são chamadas a responder essas perguntas que surgem durante a aprendizagem do fazer”, diz Naila Mourthé, coordenadora do projeto. 

Com carga horária de 420 horas/aula e duração de seis meses, o curso oferece ainda bolsa-auxílio, vale-transporte, uniforme, alimentação e material didático, além de viagens técnicas a cidades históricas como, Congonhas, Ouro Preto, Sabará ente outras.
Desde 2008 o curso já formou mais de 100 jovens com faixa etária entre 17 e 24 anos, e conta com parcerias importantes como a Fundação Dom Cabral, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN e as Prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima. 

Propiciar ao jovem um olhar mais criterioso sobre o mundo, mas sem deixar de fazê-lo refletir sobre seu espaço, sua vida, a sociedade quem que ele quer viver e mais importante ainda o que mudar para se ter um futuro melhor. “Quando o aluno volta ao museu e mostra a carteira de trabalho assinada, e fala que a vida dele se transformou, é motivo de grande alegria”, completa Naila.

Fotos cedidas pelo Museu de Artes e Ofícios

Os donos da mídia

Por Jéssica Rayanne e Henrique Coutinho.

Os meios de comunicação vêm crescendo cada vez mais no Brasil. Internet, televisão, rádio e jornais são usados para informar e gerar reflexões sobre nossa sociedade, resultando em pessoas com opinião e senso crítico. Mas, infelizmente, não é isso que acontece. Cada vez mais as mídias vêm sendo dominadas por quem tem alto poder aquisitivo, como líderes políticos e religiosos.
Dados do Ministério das Comunicações indicam a existência de um cadastro denominado “caixa-preta”, constando nomes de 56 deputados e senadores que são sócios ou têm parentes no comando de emissoras de rádio e televisão, que, na verdade, “controlam” o que vai ser dito, publicado e, muitas vezes, falado por esses veículos. Mostrando dessa forma apenas um lado da moeda.
Ao pensar nos meios de comunicação, deveríamos imaginar algo que tira as pessoas da alienação. Deveria mostrar todos os lados da noticia, não apenas o lado que lhe convém.
Paulo Bernardo, Ministro das Comunicações, disse que com essa divulgação ampla avançamos na transparência. Ele acredita que a sociedade poderá ajudar na fiscalização do setor. Resta saber se de fato a “fiscalização” vai acontecer e se a população vai realmente ajudar.

sábado, 6 de outubro de 2012

Mais uma prova

Coluna originalmente publicada no BOLEIROS DA ARQUIBANCADA, no dia 05/10/12. 

Por João Vitor Cirilo.


5 de outubro de 2012. Mais um triste dia para o esporte brasileiro. Dia em que Carlos Arthur Nuzman é reeleito presidente do Comitê Olímpico Brasileiro. Com mais essa "conquista", Nuzman, já há 17 anos no comando do COB, poderá chegar a 21 à frente da entidade máxima do esporte no nosso país. Quinto mandato consecutivo do presidente que segue tranquilo e sem ser questionado por quem também tem poder.


Seriam 33 votos possíveis na eleição do COB, realizada na manhã desta sexta-feira. Porém, José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, e Carlos Luiz Martins, interventor da Confederação Brasileira de Vela e Motor, não compareceram. Assim, foram 31 eleitores, e 30 votaram pela reeleição da chapa única, que tem Carlos Nuzman como presidente e André Gustavo Richer como vice. Nuzman segue no comando do Comitê Olímpico Brasileiro durante o quadriênio 2013/2016.

Palmas aos envolvidos.
(Foto: John Gichigi/Getty Images)


O poder de influência (ou manipulação, como preferirem) desse senhor foi mais uma vez comprovado. Mesmo sofrendo 'milhares' de denúncias pesadas com certa frequência _ desde roubo de informações a gastos excessivos e não justificados de verba pública _ , Nuzman segue firme e forte e se perpetuando no poder, contando com o apoio de (quase) todas as confederações. Eu disse "quase", porque a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), presidida por Eric Maleson, foi a única a manifestar voto contra à permanência do mandatário do esporte brasileiro por mais quatro anos.


A denúncia da semana foi veiculada no canal ESPN, vinda da CBDG. Maleson, presidente da entidade, afirmou que a federação é perseguida, porque não apoia o COB e seu presidente. Entre outras mostras de poder por parte da entidade, a sede da CBDG foi invadida no fim do ano passado por membros do Comitê Olímpico Brasileiro. Nessa semana, a ESPN veiculou a série de reportagens "No mundo encantado do COB", fazendo denúncias como essa. Entenda melhor toda a trama assistindo às reportagens da série.

Essa é apenas mais uma prova de que (a maioria de) nossas confederações esportivas, seus presidentes e nosso governo não se importam com o esporte. A esperança é que, assim como aconteceu com Ricardo Teixeira, ex-comandante do futebol brasileiro, o mandatário olímpico em nosso país possa ser derrubado em breve.

Que denúncias e cobranças continuem aparecendo, para que o esporte e, sobretudo, os atletas possam ser realmente valorizados em nosso país. Que, um dia, ninguém tenha a possibilidade de reduzir a importância do esporte e fazer dele apenas "seu meio de vida", como disse o jornalista Juca Kfouri em uma das reportagens do canal de TV paga.

Parabéns a todos os envolvidos e, evidentemente, ao governo brasileiro, que teria a obrigação de intervir em situações assim, através do Ministério do Esporte.

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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Do tradicional ao moderno

Cultura e badalação fazem parte do cotidiano de quem anda pela Praça da Savassi

Por Henrique Coutinho, Jéssica Rayanne, João Vitor Cirilo e Raquel Durães

A Padaria que batizou o bairro.
(Foto: Arquivo/EM/D.A Press)

A praça Diogo de Vasconcelos, mais conhecida como Praça da Savassi, é um dos pontos de encontro mais importantes de Belo Horizonte. O local passou de um lugar tranquilo, para um dos ambientes mais badalados da cidade nos dias atuais, atraindo a atenção de um público diversificado que nem imagina como começou toda essa agitação. Apesar de ser um lugar famoso, não foi por Diogo de Vasconcelos que a praça ficou tão famosa. Devemos toda essa popularidade, a uma família de imigrantes italianos de sobrenome “Savassi”.

Em 1939, os Savassi inauguraram uma padaria com o sobrenome da família. Com o passar dos anos, o estabelecimento logo se juntou a bares que também se tornaram famosos; como os bares do Espanhol e do Português. Atualmente, a praça conta com grande quantidade de lojas, boates e barzinhos. Mesas espalhas nas ruas dão um diferencial à praça. “Aqui é mais gostoso e a área é aberta. Com esses barzinhos, é um ambiente muito bom e descontraído”, conta a estudante Luiza Santos, 18 anos.

Durante o período noturno. 
(Foto: Bráulio Mendonça)

Defensor da arte

Quando se chega à Praça da Savassi, nota-se uma enorme placa, com o nome do lugar: "Praça Diogo de Vasconcelos". Mas afinal, quem foi ele? Diogo (1843 – 1927) foi jornalista, político, advogado e historiador mineiro. Nascido em Mariana, foi o primeiro a lutar pela defesa do patrimônio artístico do estado.

Savassi: Linha do tempo

Doze anos após a morte de Diogo, uma família de italianos começou a escrever a história do lugar, indiretamente. A "Padaria Savassi" foi a responsável por popularizar a região, que cresceria com o passar dos anos.

1939: É inaugurada a Padaria Savassi
Anos 50: A chegada do rock em Belo Horizonte atraía mais pessoas para a região
Anos 60: A praça ganha o “pirulito”, criado para ocupar originalmente a Praça Sete
Anos 70: O lugar ficou ainda mais popular e a praça se tornou um dos lugares mais movimentados da cidade. O pirulito, 16 anos depois, voltou a seu local de origem
Anos 80: A Savassi ganhou alguns quarteirões fechados. Foram criados pontos de parada de pessoas de todas as faixas etárias. O tráfego se intensificou.
Anos 90: A região passou a ser chamada oficialmente de Savassi


A Praça antes e depois da reforma. Além da beleza, frequentadores consideram que o local ficou mais seguro.
(Foto: Wikipédia)

Shopping a céu aberto

A publicitária Fernanda Valeriano, 29, comenta: “O bairro tem muitos barzinhos para atrair todo tipo de público. O que também ajuda a chamar mais visitantes são as várias lojas que, inclusive, me atendem muito bem. A Savassi é um shopping a céu aberto”.

A obra de revitalização do local foi concluída em maio deste ano, e deixou os moradores e frequentadores muito satisfeitos. “Antes das obras, fui assaltada duas vezes aqui. Essa reforma trouxe mais segurança e conforto para as pessoas andarem à vontade. Isso sem falar na beleza da ‘nova praça’”, diz Fernanda.

Arte na praça

Em alguns pontos da Praça, encontramos figuras marcantes eternizadas em estátuas de bronze. Na Rua Pernambuco, com as avenidas Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo, temos a estátua de Henriqueta Lisboa, uma das maiores poetisas do Brasil que viveu no bairro. No próximo quarteirão, na Rua Fernandes Tourinho, avistamos o monumento de Roberto Drummond, autor de Hilda Furacão. Em tamanhos naturais, ambas são obras do artista Leo Santana.

Henriqueta Lisboa é uma das homenageadas com uma estátua na Savassi.  
(Foto: skyscrapercity.com)