domingo, 2 de setembro de 2012

Agente penitenciário conversa com alunos de Jornalismo da Newton


Um olhar diferente sobre os agentes penitenciários. Foi essa a proposta de aprendizado aos alunos de Jornalismo do Centro Universitário Newton Paiva, na noite desta quarta-feira (29). Roland Lana, que trabalha há mais de 20 anos na área, conversou com estudantes, esclarecendo dúvidas e contando as experiências proporcionadas pela profissão. Ao longo do papo, ele não se restringiu a falar apenas de sua vida. Sistema prisional, recuperação de presos e educação também foram temas da conversa.

Da adrenalina à ociosidade

Roland Lana começou sua carreira como agente penitenciário em um momento ruim do Brasil, que passava por escassez de empregos. Trabalhando no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, viveu momentos de tensão. Durante uma rebelião, chegou a ser usado como refém. Situações como essa o afetaram, e o deixaram “destruído emocionalmente”.

Quando seu trabalho foi comparado ao de soldados retornados de uma guerra, Lana disse ter gravada em sua mente cada cena presenciada durante seus anos de experiência. Momentos como o seguinte à morte de vários presidiários em uma rebelião na Nelson Hungria, por exemplo, deixaram-o marcado.

Porém, o clima movimentado passou. Após vários anos na Nelson Hungria, Roland Lana trabalha agora em um albergue penitenciário. Apesar da “tranquilidade”, ele reclama, ironicamente: “É um dos trabalhos mais ociosos do mundo”.

Recuperação e educação

O agente penitenciário, questionado sobre o sistema prisional e a possibilidade de recuperação de um preso, foi taxativo: a possibilidade de recuperação, nas atuais condições, é remota. Lana não acredita que a construção de mais penitenciárias resolva o problema de segurança do país. “Não deveria nem existir penitenciária. Deveria existir isso aqui”, disse apontando para o chão da sala de aula.

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