terça-feira, 6 de novembro de 2012

"Belo Horizonte F.C." percorre os caminhos do futebol na capital mineira

Desde o fim de agosto, no Museu Abílio Barreto, exposição é uma grande atração para os amantes do futebol.

Uma empolgante viagem. É essa a sensação que a exposição "Belo Horizonte F.C. – Trajetórias do Futebol na Capital Mineira" deixa aos muitos visitantes do Museu Histórico Abílio Barreto, em BH. Recebendo torcedores desde o fim de agosto, a mostra percorre todos os caminhos traçados pelo esporte mais apaixonante do mundo, exclusivamente em Belo Horizonte. Camisas, troféus, jornais, faixas, placas, áudios, vídeos... uma grande quantidade de materiais é capaz de encantar aqueles que verdadeiramente amam o futebol.

Espaço para todos

Enganou-se aquele que pensou que iria encontrar, em sua maioria, materiais de Galo e Raposa. A exposição vai muito além disso. Que tal uma foto do Sport Club, primeira agremiação futebolística da capital mineira? Ou então, mais à frente, deparar-se com um jornal do Venda Nova Futebol Clube, tradicional clube amador, datado de setembro de 1994? Além do VNFC, vários outros interessantes materiais de equipes amadoras também foram disponibilizados (confira fotos no fim da matéria), como a rescisão de contrato entre o Esporte Clube Renascença e Wilson Piazza, craque histórico do Cruzeiro.

Jornal do Venda Nova Futebol Clube (set/1994) enaltece os feitos do clube como revelador de atletas e traz uma entrevista com o ex-atacante Euller, formado pela equipe da região norte de BH.
(Foto: João Vitor Cirilo)

Evidentemente, os torcedores de Atlético e Cruzeiro também puderam relembrar os belos momentos históricos de suas equipes. Atleticana fanática, Vera Lúcia, 62, aprovou a exposição. "Gostei de tudo o que vi, e de relembrar coisas que eram do meu tempo e eu não pude ver na época. Gostei também de matar a saudade do Kalil (Elias Kalil, ex-presidente do Atlético), e de tudo o que se refere ao Galo. Comecei a gostar de futebol muito tarde, então foi uma oportunidade de ver melhor o que não pude acompanhar", conta.

Vera Lúcia aproveitou para "puxar a orelha" dos atletas dos dias atuais. "O importante de tanta história junta é que os mais jovens podem ver que o importante é jogar futebol. Hoje a gente se decepciona ao ver tanta gente simulando, fingindo faltas que não existiram. Antigamente os atletas jogavam mais futebol", disse.

A "polêmica" camisa amarela usada por Raul Plassmann, goleiro do Cruzeiro entre 1965 e 1978. 
(Foto: João Vitor Cirilo)


O cruzeirense Igor Tadeu, 27, apreciou a oportunidade de perceber a evolução do esporte. "O que eu gostei foi ver como era o futebol antigamente e como se tornou nos dias atuais. E isso é importante até para mostrar aos mais jovens a origem do futebol, algo que gostamos tanto. Obviamente, gostei mais dos materiais da Raposa", conta o professor de Educação Física, que viu de perto a "polêmica" camisa amarela usada pelo goleiro Raul Plassmann, que representou o Cruzeiro entre as décadas de 1960 e 1970. Naquela época, os goleiros tinham como costume o uso de camisas pretas. Quando estreou pelo Cruzeiro, em 1965, não havia uma camisa de goleiro que servisse em Raul, então teve que pegar uma camisa amarela emprestada, o que chamou a atenção de todos, gerando insinuações quando à sua sexualidade.

A exposição "Belo Horizonte F.C. - Trajetórias do Futebol na Capital Mineira" é atração do Museu Histórico Abílio Barreto, localizado na Avenida Prudente de Morais, 202, no bairro Cidade Jardim. O torcedor pode visitar a mostra de de terça a domingo, das 10 às 17 horas, com exceção das quartas e quintas, quando o museu fica aberto das 10 às 21 horas. A entrada é franca.

Alguns dos itens da exposição:
Sport Club, primeira equipe de futebol de BH, fundada em 1904.

Taça Bueno Brandão, primeira competição entre clubes de futebol de Belo Horizonte, realizada em 1914 e vencida pelo Atlético.

Camisa do Palestra Itália, hoje Cruzeiro, fundado em 1921 por imigrantes italianos.

 Placa de inauguração do Estádio Presidente Antônio Carlos, em maio de 1929.

 Bairros Santo Agostinho e Barro Preto, onde ficavam os estádios de Cruzeiro e Atlético.

 Estádio Otacílio Negrão de Lima - Alameda, em 1948.

Time do Atlético na Excursão do Gelo, em 1950.

 Passaporte usado pelo ex-goleiro Kafunga (Galo) durante a Excursão do Gelo, em 1950.

 Atletas do Esporte Clube Renascença, na década de 1960.

 Pôster de um time do Cruzeiro na década de 1960.

 Revista Foto Esporte de 1964, com Jair Bala na capa.

 Flâmula comemorativa à inauguração do Mineirão, em 1965.

 Maleta-gravador utilizada pela rádio Itatiaia.

 Rescisão de contrato de Wilson Piazza, ex-atleta do Cruzeiro, com o Esporte Clube Renascença, em 1965. 

Camisa utilizada pelo Atlético durante a vitoriosa campanha no Campeonato Brasileiro de 1971.

 Placa dedicada a Marques, autor do gol 1000 do Atlético em Brasileiros.

 Camisa da Associação Atlética Cachoeirinha.

Uniforme do Grêmio Espanhol.

Camisa do Inconfidência Esporte Clube.

Fotos: João Vitor Cirilo

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