Por João Vitor Cirilo.
5 de outubro de 2012. Mais um triste dia para o esporte brasileiro. Dia em que Carlos Arthur Nuzman é reeleito presidente do Comitê Olímpico Brasileiro. Com mais essa "conquista", Nuzman, já há 17 anos no comando do COB, poderá chegar a 21 à frente da entidade máxima do esporte no nosso país. Quinto mandato consecutivo do presidente que segue tranquilo e sem ser questionado por quem também tem poder.
Seriam 33 votos possíveis na eleição do COB, realizada na manhã desta sexta-feira. Porém, José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, e Carlos Luiz Martins, interventor da Confederação Brasileira de Vela e Motor, não compareceram. Assim, foram 31 eleitores, e 30 votaram pela reeleição da chapa única, que tem Carlos Nuzman como presidente e André Gustavo Richer como vice. Nuzman segue no comando do Comitê Olímpico Brasileiro durante o quadriênio 2013/2016.
Palmas aos envolvidos.
(Foto: John Gichigi/Getty Images)
O poder de influência (ou manipulação, como preferirem) desse senhor foi mais uma vez comprovado. Mesmo sofrendo 'milhares' de denúncias pesadas com certa frequência _ desde roubo de informações a gastos excessivos e não justificados de verba pública _ , Nuzman segue firme e forte e se perpetuando no poder, contando com o apoio de (quase) todas as confederações. Eu disse "quase", porque a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), presidida por Eric Maleson, foi a única a manifestar voto contra à permanência do mandatário do esporte brasileiro por mais quatro anos.
A denúncia da semana foi veiculada no canal ESPN, vinda da CBDG. Maleson, presidente da entidade, afirmou que a federação é perseguida, porque não apoia o COB e seu presidente. Entre outras mostras de poder por parte da entidade, a sede da CBDG foi invadida no fim do ano passado por membros do Comitê Olímpico Brasileiro. Nessa semana, a ESPN veiculou a série de reportagens "No mundo encantado do COB", fazendo denúncias como essa. Entenda melhor toda a trama assistindo às reportagens da série.
Essa é apenas mais uma prova de que (a maioria de) nossas confederações esportivas, seus presidentes e nosso governo não se importam com o esporte. A esperança é que, assim como aconteceu com Ricardo Teixeira, ex-comandante do futebol brasileiro, o mandatário olímpico em nosso país possa ser derrubado em breve.
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