terça-feira, 9 de outubro de 2012

Valorização Social

                                                                             Por Jéssica Rayanne.
O Estado de Minas Gerais é hoje muito importante sob a visão histórica do país. Preservar e restaurar esse patrimônio é essencial para guardar a identidade do país e possibilitar que gerações futuras possam ter contato com a história. Pensando na importância de valorizar e cuidar desse patrimônio cultural e na qualificação profissional de jovens de baixa renda, alunos de escolas públicas, o Instituto Cultural Flávio Gutierrez-(ICFG), fundado e presidido por Angela Gutierrez, realiza desde 2008 o curso de qualificação de jovens na área de restauração.
                                            Foto: Cedidas pelo Museu de Artes e Ofícios
O Valor Social, como é chamado, é um programa que tem como objetivo preparar esses jovens para trabalharem como conservadores e assistentes de restauro, que hoje tem um papel importante para o país. Mas o que chama atenção é como ele faz uma junção de preparar o jovem para o mercado de trabalho e ao mesmo tempo ensinar a viver em sociedade. 

Um bom exemplo dessa iniciativa é Naiara Gonçalves, que participou do valor social na turma de 2011 e hoje estuda restauração na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Acredito que uma mudança de perspectiva aconteceu em minha vida. Começando pelo lugar, um ambiente agradável, com funcionários diferenciados, que nos acolheram com muito carinho, os professores que não ensinaram somente matérias e técnicas, mas, principalmente a sermos pessoas melhores a cada dia. Eles nos passaram o sabor do saber”. 

Outro exemplo é Kelvin Mckolen Martins, que hoje estuda museologia também na UFMG, e diz que “o contato diário no museu, despertou o desejo de estudar e aprender, a cuidar de locais como estes que merecem carinho e atenção”.
O professor especializado em conservação e restauração de obras de arte, Adriano Ramos, proprietário da empresa de restauração Grupo Oficina de Restauro, é um apaixonado pelo patrimônio histórico cultural Brasileiro, e participa do projeto desde a sua primeira etapa em 2008. Ele é um dos responsáveis por encaminhar jovens ao mercado de trabalho.
O curso é composto por aulas teóricas e práticas, nas quais se aprende sobre o oficio de restaurador, história, química, física, biologia, fotografia, empreendedorismo, gestão em finanças pessoais, ética e cidadania, entre outras. O Programa considera a formação integral do jovem como essencial para sua plena inserção no mundo do trabalho. 

“A estrutura do curso esta pautada em dois momentos. Nós entendemos que para que pudéssemos garantir a formação do aluno de forma ampla, teríamos que nos responsabilizar pela qualificação técnica. Muito mais do que isso. Nós precisamos fazer um momento de adequação e de aproximação desses alunos com a realidade escolar. Desse modo, as diversas disciplinas são chamadas a responder essas perguntas que surgem durante a aprendizagem do fazer”, diz Naila Mourthé, coordenadora do projeto. 

Com carga horária de 420 horas/aula e duração de seis meses, o curso oferece ainda bolsa-auxílio, vale-transporte, uniforme, alimentação e material didático, além de viagens técnicas a cidades históricas como, Congonhas, Ouro Preto, Sabará ente outras.
Desde 2008 o curso já formou mais de 100 jovens com faixa etária entre 17 e 24 anos, e conta com parcerias importantes como a Fundação Dom Cabral, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN e as Prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima. 

Propiciar ao jovem um olhar mais criterioso sobre o mundo, mas sem deixar de fazê-lo refletir sobre seu espaço, sua vida, a sociedade quem que ele quer viver e mais importante ainda o que mudar para se ter um futuro melhor. “Quando o aluno volta ao museu e mostra a carteira de trabalho assinada, e fala que a vida dele se transformou, é motivo de grande alegria”, completa Naila.

Fotos cedidas pelo Museu de Artes e Ofícios

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