quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Nicolás Rodríguez: 'Ter um indicador tão negativo pesa na imagem do Brasil'

Com alto nível de corrupção, o país se destaca com uma reputação que não merecia ser destacada.

Por João Vitor Cirilo e Raquel Durães

Sem dúvidas, a corrupção é um dos problemas que mais tiram o sono da população brasileira. Atualmente, o país encontra-se na 73ª posição no ranking dos países mais corruptos, composto por 180 nações. O consultor da Organização das Nações Unidas para assuntos de corrupção, lavagem de dinheiro e crime organizado, Nicolás Rodríguez Garcia, visitou o Brasil a convite da entidade Advogados Públicos Federais e deu seu parecer sobre o tema.

Os indicadores internacionais não colocam o Brasil numa boa posição. Pela influência que exerce na América Latina, o país poderia ser um exemplo. “Ter um indicador tão negativo pesa na imagem do Brasil”, afirma Rodríguez. Entretanto, a falta de percepção pública a respeito dos crimes colabora com a prática dos delitos. “O combate à corrupção exige tempo e mudança da mentalidade da população”, reconhece o consultor. De acordo com o especialista no combate desse crime, apenas 5% dos casos de corrupção são denunciados, somente 16% dos processos penais de corrupção terminam em condenação, e apenas 1% dos corruptos de fato vai para a cadeia.

O consultor da ONU considera que o julgamento do mensalão é um passo importante dado pela sociedade brasileira, mas reforça a necessidade de que os atos de corrupção sejam fiscalizados e rechaçados pela população. “O cidadão tende a ter um desvalor social. Se for o roubo da carteira, a pessoa sente. Agora, se levam milhões de reais da saúde, da economia, ninguém pensa que esse dinheiro serviria para abrir um hospital, uma rodovia ou uma escola”.

Sobre o julgamento do mensalão, o jurista considera que “a mensagem é altamente positiva, mas se ficar apenas em dez pessoas que romperam a regra do jogo não se terá conquistado nada. O mensalão fará parte desse 1% dos casos solucionados, mas é preciso que todos vejam que estão sendo prejudicados pela corrupção”, completa.  

Com informações do jornal Metro Brasil do dia 23 de outubro de 2012

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